ANÁLISE DO IMPACTO DA DEPENDÊNCIA ENTRE PICO E VOLUME NO TEMPO DE RETORNO DE CHEIAS NO BRASIL

Código

XXV-SBRH1004

Autores

Gabriel Anzolin, Pedro Luiz Borges Chaffe

Tema

STE04 - Cheias no Brasil: geração, previsão e impactos

Resumo

A correta estimativa da magnitude e frequência de eventos de cheia é essencial para o mapeamento e prevenção de desastres. Tradicionalmente, o risco desencadeado por uma cheia é quantificado a partir da análise de frequência extremos univariada, em que se assume que as características dos eventos são independentes entre si. Entretanto, essa premissa é frequentemente violada na natureza, resultando em uma caracterização não realista do risco associado a estes eventos. Este trabalho analisou a dependência entre vazão de pico e volume de eventos de cheias máximas anuais e seu impacto na estimativa do tempo de retorno destes eventos. Foram utilizados dados de 839 bacias hidrográficas do Brasil para o período de 1980-2018. A análise de frequência bivariada foi conduzida utilizando as funções cópula de Gumbel, Frank e Clayton, em que foi analisada a redução no tempo de retorno considerando a relação entre vazão de pico e volume das cheias. Os parâmetros das cópulas foram estimados pelo método de máxima pseudo-verossimilhança, e a seleção da melhor copula para análise de frequência foi feita a partir da estatística de Cramér-von Mises. Os resultados revelam que a utilização da análise de frequência univariada pode resultar em estimativa não realistas da frequência de ocorrência das cheias, para ambos os comportamentos médio e extremos dos eventos, sendo estas alterações mais expressivas para eventos mais extremos. Estes resultados sugerem que é necessário que a análise de frequência de cheias seja considerada sob uma ótica multivariada, especialmente para cheias de grande magnitude.