SECAS NAS MAIORES USINAS HIDRELÉTRICAS BRASILEIRAS NO PERÍODO 1981-2023

Código

XXV-SBRH0871

Autores

Daniel Bartiko, pablo souza dos santos, Pedro Luiz Borges Chaffe

Tema

STE11 - Estudos energéticos e os desafios da hidreletricidade no Brasil

Resumo

O aumento na magnitude e na frequência de secas nos últimos anos traz preocupações acerca do impacto desses eventos sobre a matriz hidrelétrica e segurança energética do Brasil. Nesse trabalho foram avaliadas as secas hidrológicas nas 50 maiores usinas hidrelétricas (UHEs) brasileiras utilizando dados de vazões naturalizadas desses empreendimentos, referentes ao período entre 1981 e 2023. Foi adotado o Índice de Vazão Padronizada (SSI) para a avaliação da magnitude, frequência e distribuição espacial das secas e o teste de Mann-Kendall para identificar tendências monotônicas nas séries temporais de SSI. De maneira geral, há um claro padrão de aumento na magnitude e na duração das secas nos últimos anos. No período de 2014 a 2021 foram registrados eventos de seca de magnitude e duração de dimensões incomparáveis com o restante do período estudado em praticamente todo o Brasil. Importantes bacias em termos hidroenergéticos, como por exemplo a do Rio Paraná, tem tendência de aumento na intensidade e duração das secas. Os cinco principais reservatórios do Brasil, que juntos correspondem por 47% Energia Armazenada Máxima (EARmáx) do sistema hidrelétrico brasileiro, apresentam aumento na intensidade das secas. Secas mais frequentes e intensas podem ter forte impacto sobre a matriz elétrica brasileira, demonstrando a necessidade do planejamento do sistema para possíveis mudanças de longo prazo nas condições hidrológicas.