Mudanças na relação entre cotas e vazões máximas no rio Acre

Código

XXV-SBRH0696

Autores

Luiz Felipe Pereira de Brito, MARCUS SUASSUNA SANTOS, Alondra Beatriz Alvarez Perez, Pedro Luiz Borges Chaffe

Tema

STE04 - Cheias no Brasil: geração, previsão e impactos

Resumo

Geralmente, assume-se que a frequência das cotas e das vazões máximas anuais são correspondentes em um local de monitoramento. Porém, a não estacionariedade dos mecanismos geradores de cheias e da capacidade de transporte do canal podem afetar essa relação. Neste estudo, foram analisadas as séries históricas das máximas anuais de cotas e vazões do rio Acre (1968-2023) para entender como a não estacionariedade de vazões pode estar associada a mudanças na relação entre a cota e vazão. Foram realizados testes de tendências e verificou-se um aumento significativo na magnitude das vazões máximas, embora o mesmo não aconteça com as cotas máximas. O ajuste de frequência não estacionário das vazões máximas anuais usando a distribuição GEV com parâmetro de posição variando em função do tempo evidencia que a probabilidade de acontecer uma cheia igual a de 2023 (2963 m³/s) dobrou nos últimos 50 anos. A hipótese levantada é que o aumento das vazões é compensado pelo alargamento da seção transversal do rio, indicando um aumento na capacidade de descarga na seção. Portanto, evidencia-se a necessidade de considerar em conjunto as tendências tanto na vazão quanto na capacidade de transporte do canal para quantificar com precisão as mudanças no risco de inundação.