Data: 27/08/2018 à 29/08/2018
Local: Juiz de Fora - MG
Mais informações: http://www.ufjf.br/srhps/
8 AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HÍDRICAS DE UMA PROPRIEDADE RURAL PRODUTORA DE CAFÉ NO MUNICÍPIO DE VARRE-SAI, REGIÃO NOROESTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Código
C5008
Autores
Adolfo de Souza Ramos, Bruno Eduardo Rangel, Ronald Rocha de Jesus, Letícia Ribeiro Machado, Verônica Ribeiro Ramos, Nikolas Gomes Silveira de Souza, VICENTE OLIVEIRA
Tema
Meio Ambiente e Recursos Hídricos
Resumo
O Sítio Panorama, uma propriedade rural que conta com aproximadamente 140 mil pés de café, localizada nas coordenadas 20°56'17.35"S 41°53'57.78"O, em Varre-Sai/RJ, perfeitamente inserida em uma micro bacia hidrográfica, o que oferece uma oportunidade única de estudo, reunindo numa área de aproximadamente 90 hectares, os principais processos físicos, químicos e biológicos determinados pelo comportamento de poluentes no meio, característica que pode ser útil na adoção de medidas mitigadoras. Este estudo buscou explorar a interferência antrópica em todo ciclo hidrológico, influenciado por uma complexidade de elementos em função do tipo de ocupação e uso do solo, considerando o potencial degradador da agricultura relacionado ao emprego de agrotóxicos e fertilizantes na cultura do café. Algumas metodologias e técnicas também são discutidas para o planejamento de um uso mitigador aos riscos de contaminação do solo e da água. Para tanto, foram realizados levantamentos, através de vistoria em toda propriedade, com a companhia de um colaborador com conhecimento das características locais e dos procedimentos realizados no cultivo de café. Foi realizado inventário dos agrotóxicos utilizados, as épocas de aplicação e seus efeitos na saúde humana. Constatou-se elevado grau de dependência da utilização de produtos químicos na produção o que se traduz em uma lista enorme de insumos utilizados em todas as épocas do ano. Foram identificadas as nascentes da propriedade e tabulados dados de precipitação coletados por uma estação de monitoramento instalada no local. Mesmo diante da existência de práticas de controle de erosão e escoamento superficial (citam-se micro-terraceamento, bacias de infiltração e curvas de nível), algumas constatações expuseram a suscetibilidade da água à contaminação, como as características topográficas aliadas aos altos índices de precipitação, o uso intensivo de produtos químicos e as condições do sistema de abastecimento. A nascente utilizada para o abastecimento humano não possui o raio mínimo de vegetação relativa à Área de Preservação Permanente exigida por lei, o que potencializa a exposição aos defensivos utilizados nas práticas de cultivo. Avaliou-se as instalações de abastecimento para consumo da população e foi constatado o não atendimento à Portaria MS 2914/2011 que determina os padrões de potabilidade da água para consumo humano, em face da inexistência de processos de filtração e desinfecção. Realizou-se medição de vazão no vertedor instalado no exutório da microbacia e, por fim, foram apresentadas sugestões para evitar contaminação da água e para adequação aos requisitos legais.