Data: 27/08/2018 à 29/08/2018
Local: Juiz de Fora - MG
Mais informações: http://www.ufjf.br/srhps/
QUALIDADE DA ÁGUA BRUTA DAS REPRESAS DE ABASTECIMENTO PÚBLICO DE JUIZ DE FORA (MG), BRASIL
Código
A0017
Autores
CÉZAR HENRIQUE BARRA ROCHA, Márcio de Oliveira, Guilherme William Marcelino, Raissa da cruz ferreira, Hiago Fernandes Costa, Demétrius Vasconcelos, Antoine Philippe Casquin
Tema
Gestão de Recursos Hídricos
Resumo
Os recursos hídricos em Juiz de Fora são afetados por diversos impactos devido às poluições pontual e difusa que prejudicam toda a sociedade. As represas que abastecem o município não fogem dessa regra com impactos de loteamentos, granjas, condomínios, rodovias, silvicultura, criação de gado e, principalmente, aumento da expansão urbana nas suas bacias de contribuição e nas suas margens, desrespeitando legislações de proteção e preservação. Esse artigo aborda os impactos nas bacias de contribuição das represas São Pedro, Dr. João Penido e Chapéu D´Uvas através do histórico de qualidade da água fornecido pela CESAMA nas captações. A metodologia constou do cálculo do Índice de Conformidade ao Enquadramento (ICE) proposto pelo Canadian Council of Ministers of the Environment (CCME). O ICE é baseado na excedência a padrões de qualidade da água e incorpora três elementos: abrangência - o número de parâmetros que não cumprem os objetivos de qualidade da água pelo menos uma vez; frequência - o número de vezes que o parâmetro não atendeu aos padrões de qualidade; e amplitude ? a diferença entre o valor medido e o limite definido para o enquadramento. Estes fatores visam determinar a ?distância? que as variáveis monitoradas se encontram do que é desejado. Os parâmetros analisados foram pH, Turbidez, Fe, Mn, FT, NT, OD, Cl-, DBO5,20, e E. Coli. Os resultados mostraram que o valor do ICE para a água bruta variaram na faixa de ?Péssimo? a ?Regular? para as três represas. As variáveis que mais contribuíram para esses resultados foram FT, DBO5,20, OD e Fe que apontam para presença de carga orgânica (esgoto e pastagem) e sedimentos (solo exposto, movimentação de terra e erosão nas margens). Os piores valores de ICE coincidem com intervenções antrópicas nessas represas que após cessadas, retornaram a valores melhores com uma tendência de melhoria nas três represas. No caso da Represa de São Pedro, a pressão de loteamentos, condomínios e das BRs 040 e 440 podem inviabilizar o seu uso para abastecimento, apesar da sua resiliência refletida na melhoria do ICE nos três últimos anos. Embora existam legislações disciplinando a ocupação na Bacia da Represa Dr. João Penido, preocupa as ocupações nas margens e pastagens que ocupam 75% da sua área e a entrada em operação recente de uma rodovia estadual que resultaram na piora do ICE em 2017. No caso de Chapéu D´Uvas, repetem-se os loteamentos, condomínios, criação de gado, silvicultura (eucalipto) e muitas áreas com solo exposto as margens dessa Represa. Apesar do amadurecimento do reservatório, o ICE piorou em 2017. O encarecimento do tratamento da água, riscos a saúde da população e/ou desativação são as principais perdas coletivas oriundas desses processos que se repetem em todos os mananciais de abastecimento de Juiz de Fora.