CURVAS-CHAVE E INCERTEZA NAS ESTIMATIVAS DE VAZÕES EXTREMAS DURANTE AS CHEIAS DE 2023 E 2024 NO RIO GRANDE DO SUL

Código

XXVI-SBRH1032

Autores

Stefany Gonçalves Lima, Rodrigo Cauduro Dias de Paiva, Fernando Mainardi Fan, Walter Collischonn, Matheus Sampaio Medeiros, Rafaela Cristina de Oliveira, Pedro Luis Bernardi de Camargo, Ana Paula Fioreze, SAULO AIRES DE SOUZA, ALEXANDRE ABDALLA ARAUJO

Tema

STE126 - Cheias no Brasil: geração, previsão e impactos

Resumo

Este trabalho avaliou as incertezas nas estimativas de vazões extremas, obtidas a partir de curvas-chave, durante os eventos de cheia de 2023 e 2024 na bacia hidrográfica do Guaíba, no Rio Grande do Sul. Para isso, foram utilizadas estações fluviométricas localizadas nos principais rios da bacia. A curva-chave é a principal ferramenta para converter níveis em valores de vazão correspondente, mas a sua extrapolação para eventos extremos, além dos limites medidos em campo, pode ser uma fonte de incerteza. Os resultados demonstraram que, durante a cheia histórica de maio de 2024, as vazões máximas em todas as estações analisadas situaram-se na zona de extrapolação das curvas-chave. Essas vazões estimadas foram entre 1,4 e 2,3 vezes superiores às vazões máximas já observadas em medições de campo. As cotas registradas também ultrapassaram a faixa de medição em valores que variaram de 1,1 a 8,9 metros. Em 2023, as cheias nos rios Taquari e Caí também superaram os limites de observação. Além disso, foi identificada uma alteração na relação cota-vazão ao longo dos anos, com a curva do período 2023-2024 sendo mais aderente às medições recentes. Dessa forma, concluiu-se que pode haver uma incerteza no processo de extrapolação, evidenciando a necessidade de avaliação dos métodos para uma utilização mais precisa e acurada das curvas-chave na estimativa de vazões extremas em eventos de inundações.