LAGO TEFÉ: UMA SENTINELA DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA AMAZÔNIA

Código

XXVI-SBRH0172

Autores

LUEYNE EMANUELLE DOS SANTOS SILVA, Fabrício Cavalcante da Silva, André Zumak, Lady Laiana Martins Custódio, Tamna Gadelha da Silva, Débora Carolina Hymans, Ayan Santos Fleischmann

Tema

STE98 - Recursos Hídricos na Amazônia: Conexões Entre Escalas e Setores

Resumo

O sistema climático terrestre é formado por cinco subsistemas: atmosfera, hidrosfera, criosfera, superfície terrestre e biosfera. O clima varia naturalmente, mas o aquecimento atual, de 0,18°C por década desde 1981, é 50 vezes mais rápido que as variações naturais dos últimos 800 mil anos, impulsionado principalmente pela queima de combustíveis fósseis. Essas mudanças afetam a disponibilidade hídrica, especialmente em ecossistemas tropicais, como a Amazônia, onde as chuvas diminuíram 25% e a temperatura subiu 1,2°C desde 1980. Em 2023, a região enfrentou sua pior seca em 122 anos, com impactos severos: comunidades isoladas, perdas agrícolas, redução de 75% na superfície do Lago Tefé e mortandade de botos amazônicos devido a temperaturas acima de 40°C. Diante disso, surgiu o projeto Lagos Sentinelas da Amazônia, liderado pelo Instituto Mamirauá, para monitorar ecossistemas lacustres vulneráveis. Lagos são "sentinelas" ideais por sua sensibilidade a mudanças ambientais, integrando alterações climáticas, hidrológicas e ecológicas. O Lago Tefé, por exemplo, reflete tanto impactos diretos quanto indiretos das mudanças climáticas. O projeto visa estabelecer um sistema de monitoramento contínuo, avaliando vulnerabilidades e projeções futuras, com base em dados paleoclimáticos e respostas das comunidades aquáticas. Essa abordagem transdisciplinar busca entender e mitigar os efeitos das mudanças climáticas na Amazônia, protegendo seus ecossistemas e populações.