HIDROGEOMORFOLOGIA DE UM GRANDE LAGO DA AMAZÔNIA CENTRAL: LAGO TEFÉ, MÉDIO SOLIMÕES, AMAZONAS

Código

XXVI-SBRH0158

Autores

Tamna Gadelha da Silva, Andre Zumak Azevedo Nascimento, Débora Carolina Hymans, Ayan Santos Fleischmann

Tema

STE98 - Recursos Hídricos na Amazônia: Conexões Entre Escalas e Setores

Resumo

O presente trabalho analisa os aspectos hidrogeomorfológicos do Lago Tefé, localizado no Médio Solimões (AM), diante dos eventos extremos de seca que evidenciaram a vulnerabilidade da paisagem lacustre e os impactos sociais e ecológicos associados, como a perda da navegabilidade, mortandade de fauna aquática e restrições no cotidiano das comunidades ribeirinhas. A metodologia adotada combinou análise de imagens de satélite e dados batimétricos obtidos em campo, além da vetorização das áreas de água superficial nos períodos de cheia (julho) e seca (novembro) de 2024. A bacia hidrográfica do rio Tefé, com geologia predominante da Formação Içá (Bacia do Solimões), mostrou influência direta na configuração morfológica do lago, que apresenta características típicas de um lago do tipo ria. Foram identificadas três zonas hidrogeomorfológicas ao longo do lago, com variações significativas de conectividade, largura do canal, presença de vegetação e navegabilidade entre os períodos analisados. A comparação entre os dados revelou uma redução de aproximadamente 80% da água superficial do lago durante a seca de 2024. As populações locais demonstraram estratégias de adaptação como reabertura manual de canais, marcação de rotas e uso de trilhas terrestres temporárias. Os resultados reforçam a importância da caracterização hidrogeomorfológica para compreender os impactos dos eventos climáticos extremos e subsidiar ações de planejamento e adaptação em territórios vulneráveis. Assim, o estudo contribui para o entendimento das dinâmicas entre relevo, hidrologia e sociedade em contextos de mudança climática na Amazônia.