XXVI SBRH - Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

Data: 23/11/2025 à 28/11/2025
Local: Vitória - ES
ISSN: 2318-0358
Mais informações: https://eventos.abrhidro.org.br/xxvisbrh

SECAS REPENTINAS NO BRASIL: AVANÇOS, LACUNAS E PERSPECTIVAS CIENTÍFICAS

Código

XXVI-SBRH0100

Autores

Priscila Costa Muzzi de Vasconcelos, Luca Calçada Dolim Marote, Guilherme Antonio Justino Bimbatti, Gabriela Gesualdo, Noemi Vergopolan, Murilo Cesar Lucas

Tema

I - Desastres e Emergência Climática

Resumo

As secas repentinas constituem um tipo específico de seca, caracterizado pelo rápido início e intensificação, elevada severidade e alto potencial de impacto. Esses eventos têm despertado crescente atenção da comunidade científica, especialmente após episódios extremos como a seca de 2012 nos Estados Unidos. No entanto, ainda não há definição consensual nem metodologia consolidada para sua caracterização. Além disso, os estudos seguem concentrados em países como Estados Unidos e China, o que limita sua aplicabilidade a regiões com condições hidroclimáticas distintas. Projeções indicam crescente vulnerabilidade do Brasil, reforçando sua condição de hotspot global e a necessidade de critérios regionais para detecção. Em muitos contextos tropicais, esses eventos ainda são subestimados ou classificados sob outras nomenclaturas, dificultando seu reconhecimento. Diante disso, este estudo realizou uma revisão sistemática da ocorrência de secas repentinas no Brasil, considerando a hipótese de subnotificação desses eventos na literatura. Foram realizadas buscas nas bases Web of Science, ScienceDirect, Scopus e SciELO, resultando em 92 artigos publicados entre 2012 e setembro de 2024. Houve aumento expressivo de publicações após 2020. Identificaram-se 38 formas distintas de definição desses eventos, relevando diversidade terminológica e metodológica. Predominam os indicadores baseados em umidade do solo, seguidos por precipitação e evapotranspiração, e estresse vegetativo. Como potenciais hotspots no Brasil, destacam-se o Nordeste, o Centro-Oeste e o Sudeste. As regiões Sul e Norte permanecem pouco exploradas, apesar da vulnerabilidade a déficits hídricos e às mudanças climáticas, especialmente na Amazônia. Persistem lacunas conceituais, na representatividade do Sul Global e na integração de dimensões sociais e ecológicas.

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