RISCOS COMPOSTOS: MUDANÇAS AMBIENTAIS E CLIMÁTICAS NAS COMUNIDADES RIBEIRINHAS DO MÉDIO SOLIMÕES, AMAZONAS

Código

IV-END0096

Autores

Paula dos Santos Silva, Ana Carolina Chiodi da Silva, Ayan Santos Fleischmann

Tema

06 - Desastres múltiplos e complexos

Resumo

Na região do Médio Rio Solimões, no Amazonas, são reconhecidas duas estações: o inverno, que é um período com muitas chuvas, entre dezembro e junho, e o verão, um período com poucas chuvas que acontece de julho a novembro (ÁVILA et al, 2021). Nos últimos anos, nas várzeas (planícies de inundação) do Rio Solimões, eventos extremos têm sido cada vez mais frequentes (BARICHIVICH et al., 2018; ESPINOZA et al., 2021). A sazonalidade tem influenciado a transformação das paisagens e a vida ribeirinha. Assim objetivo deste estudo é avançar o conhecimento sobre os riscos compostos que afetam as comunidades ribeirinhas amazônicas, promovendo reflexões sobre este tema por meio de entrevistas semiestruturadas, cartografia participativa e visitas de campo a quatro comunidades do entorno da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Caburini, Canariá, Assunção e Coadi. As mudanças ambientais são sentidas pelas populações ribeirinhas principalmente quando esses eventos são compostos; por exemplo, quando ocorre erosão com desmoronamento de casas e plantações, migração de populações ribeirinhas pra adentro da floresta e secas ocorrem simultaneamente à formação de extensas praias (processo de sedimentação) que isolam comunidades, levando a falta de água potável, a deslocamento de comunidades inteiras por mais de três vezes, cheias fazendo com que moradores migrassem para cidade ou área de terra firme, com perdas de suas plantações e com suas casas totalmente inundadas. Espera-se, assim, que este estudo contribua para tomadas de decisões e elaboração de políticas públicas cientificamente embasadas, diante desses eventos extremos que ocorrem de forma composta e sinérgica na Amazônia.