LIMITAÇÕES DA MODELAGEM HIDROLÓGICA DE SECAS SEVERAS NO CONTEXTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Código

IV-END0054

Autores

Udinart Prata Rabelo, Alexandre Cunha Costa, Jörg Dietrich, Pieter van Oel, IRAN EDUARDO LIMA NETO

Tema

10 - Estiagens e Secas

Resumo

As mudanças climáticas têm o potencial de intensificar o ciclo hidrológico, aumentando a magnitude e a frequência de eventos de seca e cheia. A modelagem hidrológica tem sido uma das alternativas utilizadas para entender o comportamento das bacias hidrográficas e estimar os volumes de água nos rios e reservatórios para cenários hidrológicos futuros. Os modelos têm obtido resultados satisfatórios, principalmente quando bons resultados são obtidos durante a calibração. Entretanto, durante períodos de seca extrema, os modelos ainda possuem limitações em representar os processos hidrológicos. Além disso, o efeito das mudanças nos parâmetros muitas vezes é negligenciado após a calibração e durante períodos de secas intensas as alterações físico-sociais podem mudar completamente a parametrização da bacia. Neste trabalho a modelagem foi realizada a partir da utilização de um modelo semi-distribuído em larga escala previamente calibrado (1979-2010) para a estimativa de vazões em um período subsequente (2011-2022), incluindo a seca mais severa registrada na área de estudo (2012-2017). Os resultados indicaram que, mesmo com um bom desempenho durante o período de calibração, o modelo não obteve boa performance para vazões durante o período de seca meteorológica prolongada e durante o período de recuperação da seca. Além disso, a alteração dos parâmetros mais sensíveis e que representam processos hidrológicos importantes não foi suficiente para melhorar o desempenho do modelo. O estudo propõe iniciar uma discussão acerca da confiabilidade das estimativas de vazão pela modelagem hidrológica para eventos extremos, que devem se tornar cada vez mais comuns com as mudanças climáticas.