Data: 04/11/2024 à 07/11/2024
Local: Florianópolis-SC
Mais informações: https://www.abrhidro.org.br/iebhe
Avaliação de previsões operacionais de níveis do Guaíba realizadas durante a cheia sem precedentes no Rio Grande do Sul, Brasil
Código
I-EBHE0156
Autores
Matheus Sampaio Medeiros, Fernando Mainardi Fan, Rodrigo Cauduro Dias de Paiva
Tema
WG 1.12: Development & application of river basin simulators
Resumo
Em maio de 2024 o estado do Rio Grande do Sul, no sul do Brasil, enfrentou uma cheia sem precedentes que afetou severamente a capital e a região metropolitana de Porto Alegre. Os níveis do Guaíba se elevaram ultrapassando as maiores marcas já registradas na história. A maior cheia em 83 anos chegou à cota de 5,35 m por volta do dia 05/05/2024, superando a maior marca vista antes somente em 1941 (4,76 m). Diante desse possível evento extremo uma equipe do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS) mobilizou esforços para realizar previsões operacionais dos níveis do Guaíba diariamente. Utilizando a combinação de modelo hidrológico (Modelo de Grandes Bacias - MGB) e modelo hidrodinâmico (HEC-RAS) em conjunto com previsões meteorológicas de modelos globais e dados de monitoramento hidrológico, o objetivo foi fornecer informações antecipadas que pudessem auxiliar na tomada de decisões e na mitigação dos impactos da cheia. Um dos principais resultados da avaliação foi a capacidade do sistema de previsão de identificar níveis críticos de inundação e conseguir prever níveis acima de 5 metros com uma antecedência operacional de 3 dias, permitindo ações preventivas por parte das autoridades competentes. Esta previsão antecipada foi crucial para a implementação de medidas de mitigação, como evacuações preventivas e ações emergenciais. Esse trabalho também permitiu o entendimento dos processos físicos relacionados a variabilidade espacial e temporal das chuvas, bem como a complexidade hidrológica e hidrodinâmica da bacia hidrográfica do Guaíba. Além disso, foram incorporados os efeitos do vento atuantes ao longo da Laguna dos Patos, que apresentaram efeitos de represamentos quando apontavam na direção oposta ao escoamento, causando elevações e oscilações nos níveis do Guaíba. Conclui-se que a utilização de previsões operacionais integradas por modelos hidrológicos avançados pode proporcionar informações vitais durante eventos extremos, como a cheia histórica observada. A experiência adquirida com este evento extremo contribuirá para aprimorar futuros esforços de previsão de cheias no estado do Rio Grande do Sul.