INTERFERÊNCIA NO FUNDO MARINHO OCASIONADA PELO ASSOREAMENTO E MOVIMENTAÇÃO DE NAVIOS EM UMA ÁREA PORTUÁRIA

Código

XXV-SBRH1114

Autores

Gustavo Vaz de Melo

Tema

08 - Engenharia Costeira e Portuária

Resumo

O Terminal Portuário Ponta Ubu, no Espírito Santo, enfrenta diversos desafios relacionados ao ambiente portuário, tais como alterações na profundidade devido ao acúmulo de sedimentos e erosão causada pelo tráfego de embarcações. O objetivo deste estudo é avaliar as mudanças ocorridas no fundo marinho do canal de acesso ao porto, dois anos após a realização da dragagem. Para isso, utilizamos dados de batimetria coletados após a dragagem e novamente cerca de dois anos depois, juntamente com informações sobre as trajetórias das embarcações ao longo do ano de 2022, obtidas por meio do sistema Automatic Identification System. Devido à presença do canal do molhe e cais de atracação, a área do terminal pode ser dividida em três zonas, com diferentes níveis de exposição. A região mais interna e protegida apresentou um maior acúmulo de sedimentos, com uma espessura variando de 0,5 a pouco mais de 1 metro. A margem esquerda foi a área mais afetada pelas mudanças. A taxa de assoreamento variou de 1 a 3 centímetros por mês, chegando a 10 centímetros por mês na margem do canal. Também foi observada a presença de um canal estreito na parte interna, que está associado ao tráfego das embarcações, uma vez que sua forma e posição coincidem com as trajetórias das embarcações, indicando um processo erosivo. A taxa máxima de erosão nesse canal foi de 3 centímetros por mês. Na área intermediária e externa, essa feição erosiva desapareceu progressivamente possivelmente devido à menor influência das embarcações pelo aumento da largura do canal.