SECAS NA AMÉRICA DO SUL: IMPACTOS DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS NAS PRÓXIMAS DÉCADAS

Código

XXV-SBRH0922

Autores

Pedro Torres Miranda, Rodrigo Cauduro Dias de Paiva, Walter Collischonn, Hugo de Oliveira Fagundes, Larissa de Castro Ribeiro, Júlia Brusso Rossi, Arthur Kolling Neto, Gabriel Matte Rios Fernandez, Ingrid Petry, Wilany Rodrigues Galvão Alves, SAULO AIRES DE SOUZA, ALEXANDRE ABDALLA ARAUJO

Tema

22 - Mudanças Climáticas, Adaptabilidade e Impactos

Resumo

Vazões mínimas de referência são métricas importantes na gestão de recursos hídricos. A partir delas podemos estimar a quantidade de água que pode ser retirada de um corpo d'água de forma sustentável. Contudo, a administração desse recurso é sistematicamente desafiada por eventos de seca. Projeções climáticas na América do Sul apontam para condições mais secas em grande parte do continente. Portanto, é importante estimar esses valores considerando cenários futuros de mudanças climáticas. Avaliamos o impacto sobre secas nos rios sul-americanos a partir do modelo hidrológico MGB e de um conjunto de 28 modelos climáticos. Estimamos mudanças na vazão mínima anual, na máxima duração do período seco anual e no número de dias com vazão zero anual, além de estimar o Tempo de Emergência (TdE) do impacto sobre vazões mínimas anuais sob o cenário SSP2-4.5 do CMIP6. Os resultados indicam um aumento da severidade e da duração das secas hidrológicas na maior parte do continente, com destaque na porção sul da bacia Amazônica e na região nordeste do Brasil. A região sul da bacia Amazônica pode passar a obedecer a um regime significativamente mais seco de vazões mínimas até 2070, com alguns locais como as bacias do rio Xingu e do rio Tapajós sendo impactados até 2050. Isso acende um alerta para a gestão de que já podemos estar vivenciando impactos significativos nas vazões em diversos locais.