IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NAS DOENÇAS SENSÍVEIS AO CLIMA, ESTUDO DE CASO DA DENGUE EM ESCALA MUNICIPAL

Código

XXV-SBRH0724

Autores

José Micael Ferreira da Costa, Alexandre Cunha Costa, Cleiton da Silva Silveira, Antonio Duarte Marcos Junior, Suellen Teixeira Nobre Gonçalves

Tema

22 - Mudanças Climáticas, Adaptabilidade e Impactos

Resumo

Devido à crescente incidência de doenças vetoriais, como exemplo da dengue, modelos epidemiológicos vem sendo desenvolvidos visando entender a variabilidade dessas doenças. O objetivo deste estudo é projetar os casos de dengue para o final do século XXI (2071-2100), utilizando-se de dados do CMIP6 para os cenários SSP2-4.5 e SSP5-8.5, para o Município de Iguatu, localizado no estado do Ceará, Brasil. A metodologia consiste na aplicação da técnica de downscaling estatístico, que aumenta a resolução do modelo analisado, com posterior remoção de viés por distribuição Gama (período de calibração: 1961-1990) e cálculo das anomalias. Em seguida, foi utilizado um modelo de regressão de mínimos quadrados generalizados, treinado por meio de dados observados dos casos registrados de dengue e variáveis hidroclimáticas locais, e posteriormente utilizado para projetar os casos de dengue para os diferentes cenários analisados. Os resultados sugerem, em ambos os cenários, uma diminuição da precipitação bem como um aumento da temperatura mínima e, consequentemente, redução dos casos de dengue para o fim do século, principalmente para o cenário SSP5-8.5, onde se projeta dengue apenas entre os meses de julho a outubro em Iguatu. Conclui-se que o uso de dados de modelos climáticos aliados a modelos epidemiológicos são importantes ferramentas para se realizar projeções das doenças sensíveis ao clima, como a dengue, gerando assim informação para elaboração de políticas de saúde pública que considerem o impacto das mudanças climáticas.