Data: 19/11/2023 à 24/11/2023
Local: Centro de Convenções AM Malls - Sergipe
ISSN: 2318-0358
Mais informações: http://www.abrhidro.org.br/xxvsbrh
HIDRODINÂMICA DO ESTUÁRIO DO AMAZONAS: UMA VIAGEM DESDE AS MARÉS ATÉ OS EVENTOS EXTREMOS DE NÍVEL DA ÁGUA
Código
XXV-SBRH0563
Autores
Fabien DURAND, Leandro Guedes Santos, Alice César Fassoni de Andrade, Homero Reis de Melo Junior, Daniel Medeiros Moreira
Tema
16 - Hidroclimatologia, Segurança Hídrica, Risco, Escassez, Inundações e Desastres
Resumo
A descarga da amazônia é a maior da Terra. Ainda assim, sua hidrodinâmica permanece pouco compreendida, particularmente em sua parte mais a jusante, sob a influência conjunta do oceano e da bacia hidrográfica a montante. Aqui apresentamos uma nova modelagem numérica hidrodinâmica do baixo Amazonas, que cobre todo o estuário em alta resolução. Apresentamos primeiro a estrutura espaço-temporal da maré que se propaga a montante do Atlântico. Mostra-se que, ao longo do ciclo sazonal, a amplitude das marés varia fortemente com a descarga, com descargas fortes originando marés fracas, e vice-versa. A mesma relação ocorre em escalas de tempo ano a ano: durante as cheias anômalas, a amplitude das marés varia em até 10% na parte central do estuário. Por outro lado, a anomalia das marés pode chegar a 25% na seca. Finalmente, usamos nosso modelo para decifrar os mecanismos de eventos extremos de nível de água que ocorrem ao longo do estuário. Vê-se que na parte a montante do estuário, a descarga do rio é o gatilho dominante dos extremos do nível da água. No delta final, a maré e o vento induzem conjuntamente eventos extremos de nível de água que podem ocorrer vários meses antes ou depois do pico da estação de cheias. Nossas descobertas abrem oportunidades sem precedentes para avaliar os riscos de inundação e entender os processos biogeoquímicos e geomorfológicos no estuário amazônico.