Segurança hídrica e disposição a pagar por práticas de conservação: entenda os motivos de protesto

Código

XXV-SBRH0484

Autores

Jullian Souza Sone, Paulo Tarso Sanches de Oliveira, Edson Cezar Wendland, Roy Brouwer

Tema

STE03 - Arranjos institucionais e econômico-financeiro para gestão das águas urbanas

Resumo

Com base em um experimento de escolhas na cidade de Campo Grande e na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), este estudo avalia os motivos de protesto contra o pagamento por práticas de conservação a fim de garantir a segurança hídrica futura. Investigamos também como as experiências com restrição e racionamento de água influenciam a decisão pública de investir nessas práticas. As cidades selecionadas diferem em termos de experiências com restrições de água. A maioria dos residentes em São Paulo enfrentou restrições de água, enquanto em Campo Grande, a proporção foi menor. O estudo revela que a maioria dos entrevistados em São Paulo está disposta a pagar pelas medidas propostas, enquanto em Campo Grande a maioria não está disposta a pagar. Esses resultados fornecem reflexões sobre as preferências públicas para proteger o abastecimento de água e como a percepção das pessoas em relação às secas influencia seu investimento em medidas de conservação da água. O número de pessoas que não estavam interessadas em pagar foi alto em ambas as cidades, com o motivo de protesto principal sendo a falta de confiança no poder público em investir os recursos nas práticas propostas. Na RMSP, quanto maior a idade, maior a probabilidade de protestos contra o esquema de pagamento. Este estudo contribui para entender a resposta da sociedade aos eventos de seca no contexto socioeconômico e político brasileiro de 2021 para melhor formular políticas públicas para conservação de bacias estratégicas para segurança hídrica urbana.