DE INUNDAÇÕES EXTREMAS A TERRAS CAÍDAS: MAPEANDO DESASTRES NO RIO AMAZONAS ATRAVÉS DE SATÉLITES E MODELAGEM HIDROLÓGICA

Código

III-END0149

Autores

Ayan Santos Fleischmann, Fabrice Papa, Alice César Fassoni de Andrade, Stephen K. Hamilton, Sly Wongchuig Correa, André Zumak, Priscila Camelo Alves, Rodrigo Cauduro Dias de Paiva, Walter Collischonn

Tema

03. Mudanças Climáticas e Desastres

Resumo

Mudanças ambientais nas últimas décadas têm levado a um aumento expressivo na frequência de cheias extremas ao longo do Rio Amazonas. Por outro lado, a dinâmica geomorfológica natural do rio gera processos de erosão e sedimentação que afetam em ampla escala as comunidades ribeirinhas amazônicas. Neste estudo, apresentamos uma série de estudos, baseados em múltiplos produtos de sensoriamento remoto e modelagem hidrológica, onde exploramos o mapeamento de padrões e tendências de extensão de áreas inundáveis ao longo do Rio Amazonas, bem como de processos geomorfológicos, como o fenômeno das terras caídas. Os resultados mostram que, por um lado, houve um grande aumento de 26% na inundação máxima anual ao longo do Rio Amazonas desde 1980 e, por outro, que muitas das 238 comunidades ribeirinhas avaliadas estão sujeitas a terras caídas (21% das avaliadas), afetando diretamente múltiplas propriedades, ou a sedimentação e criação de praias (19%), afetando o acesso aos rios pelos comunitários. Estas mudanças, e seus grandes impactos nas populações ribeirinhas, contrastam com uma percepção comum a muitos gestores da área de desastres no Brasil de que as populações amazônicas são bem adaptadas à paisagem dinâmica dos sistemas fluviais amazônicos, e fortalecem a necessidade de melhor mapear desastres naturais e seus impactos nas populações humanas ao longo da maior bacia hidrográfica do mundo.