ANÁLISE DE CORRELAÇÃO DE SECAS E CHEIAS NA FRONTEIRA OESTE DO BRASIL

Código

II-END0123

Autores

Luna Gripp Simões Alves, MARCUS SUASSUNA SANTOS, Daniel Medeiros Moreira, ARTUR JOSE SOARES MATOS

Tema

Estudos relacionados a estiagens/secas

Resumo

Em 2020, importantes bacias hidrográficas localizadas na fronteira oeste do Brasil passaram por processos críticos de secas. A sincronicidade desses eventos motivou a elaboração da hipótese de que existe uma causa comum a eles. Para testar essa hipótese, foram realizadas análises de correlação entre as cotas de estações fluviométricas localizadas nas bacias dos rios Negro, Solimões, Madeira, Acre e Paraguai. Foram analisadas também correlações existentes entre as chuvas precipitadas em cada uma das bacias, a partir de informações obtidas por meio do produto CHIRPS. Os resultados sugerem uma significativa correlação positiva entre as cheias nas bacias dos rios Solimões e Negro, e dos rios Madeira e Acre, além das cheias entre as bacias dos rios Madeira e Paraguai. Com relação às secas, padrões semelhantes são observados. Padrões semelhantes foram também observados nas análises dos dados de chuvas médias mensais. Entre todas as análises realizadas, foram observadas correlações negativas apenas entre as cotas do Solimões e do Paraguai, e das chuvas do Negro com as do Paraguai. Mecanismos climatológicos atuantes em escala regional e global podem estar associados a tais resultados. O trimestre Nov-Jan de 2019, percussor de secas significativas nas bacias dos rios Paraguai e de níveis acima dos normais na bacia do rio Solimões exemplifica a relação inversa dos eventos extremos em tais bacias. O conjunto de resultados obtidos demonstra o potencial que o estudo da umidade originada na Amazônia apresenta como elemento de conexão entre bacias hidrográficas para além dos divisores de águas.